E o leitor, como fica? Parte II
Conforme havia prometido, eis aqui a continuação do meu artigo que trata do cancelamento de certos títulos por parte das editoras, fazendo com que nós, leitores/colecionadores, fiquemos com aquela sensação de “foi tudo em vão”.
Também como já havia comentado na primeira parte deste artigo, parece que realmente não podemos fazer nada contra este ato de total desrespeito por parte das editoras para conosco… Pelo menos não, judicialmente e legalmente falando! Mas isso não significa que devemos aceitar essa decisão arbitrária numa boa, afinal, foram meses e meses de investimento financeiro em cima daquela revistinha! Quantas coisas vocês deixaram de fazer para guardar a grana e poder manter suas coleções, não é verdade?!
“Mas, então, Lobo, deixa de enrolar e desembucha logo: O que podemos fazer???” Vocês já devem estar gritando neste momento, enquanto lêem estas palavras… Bem, vamos lá: Vocês nunca ouviram falar que “a barreira que divide o amor e o ódio é muito fina”? (Algo assim, talvez não nestas exatas palavras.) Pois então! Se durante todo o tempo em que a revista que compravam era publicada, vocês escreviam elogiando o belo trabalho que era feito, dizendo que era a melhor história que já haviam lido, que aquele personagem era o mais legal de todos… aquela velha rasgação de seda (mesmo que verdadeira) que os editores adoram ler; agora que eles resolveram acabar com o título que vocês acompanhavam há uma cara, não podem simplesmente aceitar numa boa! Façam então, justamente o contrário! Escrevam metendo o pau nos caras! Perguntem o real motivo daquela parada brusca! Digam que estão de cara porque eles jogaram todo o investimento de vocês fora (se tiverem paciência e quiserem impressionar os malucos, peguem todos os títulos e somem o preço de todas as edições compradas. Mas cuidado pra não se assustarem com toda a grana que vocês gastaram!), enfim, incomodem mesmo! Comigo funcionou!
Vejam só:
A mais recente frustração em ver um título que eu estava acompanhando ser cancelado, ocorreu com o projeto “Graphic Talents”, da Editora Escala e eu fiz exatamente isso: enviei alguns e-mail até obter uma resposta. O Dário Chaves (editor responsável pelo citado projeto) disse-me que as vendas das edições Graphic Talents era mesmo muito pequena e que devido a este fato a suspensão da publicação foi decretada. (O que é isso, minha gente, não estão comprando quadrinhos nacionais, é?! Pô, que vergonha!!!) Dário disse ainda que já estão estudando uma outra possibilidade de publicar mais quadrinhos em 2003 (só não falou se tupiniquins ou estrangeiros…). Mas vocês podem estar pensando: “O que valeu? A revista não voltou a circular! De que adianta, então escrever pras editoras?” Acreditem em mim: junto com a resposta do editor, vem sempre aquela sensação de “os caras me ouviram, me fiz escutar, me deram a devida importância!”. E mesmo que a resposta não venha, só o fato de meter a boca nos carinhas, já vai fazer vocês se sentirem melhor, com a alma lavada!
“Galo Costa“, uma das edições do projeto “Graphic Talents” (Ed. Escala). Raí, o criador de Galo Costa, é um dos muitos artistas que em breve poderá ser apreciado na “Areia Hostil”. |
Mas também tem a opção de criar um movimento nacional, entre todos os leitores de quadrinhos, para boicotar uma ou mais editoras que já nos sacanearam! É só não comprarmos mais nenhum outro título que elas vierem a lançar mas, já vou avisando: serei o primeiro a furar o boicote! Não me culpem, não consigo parar de ler quadrinhos! E me diziam que era “coisa de criança”… Pensei que ao fazer 18 anos iria passar, que eu não gastaria mais todo o meu dinheirinho em gibis… Mentirosos! Já tenho 30 e compro ainda mais!!! (Alguém aí pode me emprestar uma grana? É que hoje vi na banca um gibi que não tenho…).
E se não quiserem (e não puderem) ser tão radicais, existe ainda uma outra hipótese de ação: Já pensaram em fazer suas próprias publicações? Falarei sobre isso na continuação…
Até breve!
Lorde Lobo
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