A SÉRIE CIDADE CYBER TERMINA na AREIA HOSTIL # 08 Jan. 2004 |
Coisas que você precisa saber Cuidado! A Cidade Cyber está atrás de você! |
Quadrinhos que você deve ler
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A Cidade Cyber nasceu na Areia Hostil, quando preparávamos o fechamento da edição de estréia, em dezembro de 2000. Precisava resolver alguma coisa para as quatro páginas que tinha direito. E sofria com isso. Tinha tantas idéias e todas elas seriam impossíveis de serem realizadas naquele limite. Resolvi recorrer a uma fórmula antiga, do tempo dos fanzines, fui direto à pasta das histórias incompletas e reaproveitei alguns desenhos, fiz colagens buscando alguma coerência narrativa. Depois lembrei que haviam textos do Tony James (baixista da banda cyberpunk inglesa Sigue Sigue Sputnik), que ele me mandou em algumas mensagens. Frases de efeito, pedaços de letras não aproveitadas. Coisas que estimularam uma narrativa em off que sobrepus nas quatro páginas. Logo chegou a Areia Hostil número 2 e repeti a mesma fórmula. Novamente pedaços de histórias antigas, remixadas com textos perdidos das minhas anotações insanas. Então veio a edição 3 e com ela a necessidade de eleger um herói para trama que afinal seria mesmo Cidade Cyber. Fui buscar nos meus primeiros quadrinhos cybepunks a inspiração. Logo, o personagem Anti-Cimex renasce com um traço hachurado, no estilo dos desenhos do meu primeiro fanzine, o X-TRO, do distante 1986. Começava o arco Entropia na Cidade Cyber, que se estendeu até a edição 5, com a pretensão de fomentar um universo, costurar personagens e situações. Dar um rumo, um sentido para o estado das coisas. Essa ambição motivou o novo arco Ultraviolência que estreou na Areia Hostil 6, e também a entrada de outros personagens na Cidade Cyber, em spin-offs publicados aqui na edição eletrônica. Por isso os Góticos-Cybernéticos, A Irmandade da Caveira Vermelha... Ou Revolução Industrial e Subway, séries que chegaram a ser anunciadas e que teriam estreita ligações com o que estava sendo publicado na versão impressa. Mas a história da edição 7 revelou uma possibilidade de dar um fim naquilo tudo de uma forma mais rápida e brutal. Me sentia verdadeiramente cansado nesses últimos meses. Estava no limite, em relação a todo esse material. A violência, os códigos tecnológicos e o sexo sem sentido que as Sex Machine emanavam me faziam andar em círculos. Me perdia elaborando roteiros enormes, envolvendo dezenas de personagens e situações. Quando percebi que teria que desenhar tudo aquilo que estava se acumulando... No way! Seriam necessários anos de Areia Hostil para podermos ter uma teia narrativa coerente. Sem esquecer que grande maioria dos nossos leitores se incomodam profundamente com todos esses delírios cyberpunks que a Cidade Cyber propõe. Por isso a série termina na Areia Hostil número 8, que será lançada em janeiro de 2004, deixando de fora muita coisa que poderia ter acontecido. Mas por outro lado, o final que será apresentado costura por completo todos os acontecimentos desde a primeira história, A Cidade Cyber Nunca Dorme. novembro de 2003. |